14/06/2018 atualizado em : 14/06/2018

Para o BC, bitcoin não é uma moeda, mas um ativo criptográfico

14/06/2018 atualizado em : 14/06/2018

Em painel realizado no Ciab 2018, que acontece nesta semana em São Paulo, Antônio Marcos Fonte Guimarães, chefe do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro (Denor) do Banco Central do Brasil (Bacen), informou que a expectativa da autoridade monetária a partir da recente regulação das fintechs de crédito é que entre 20 e 30 instituições se registrem com tal no curto prazo.

“É algo muito imprevisível porque havia investidores internacionais aguardando as definições e a regulamentação do Estado para decidir suas estratégias de investimento”, disse. O edital do BC relacionado às fintechs foi bem avaliado pelos bancos. De acordo com Leandro Vilain, diretor de Políticas de Negócios e Operações da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o processo utilizado – com consulta pública – trouxe transparência à iniciativa e há possibilidade de colaboração entre bancos e essas startups.

Os executivos também falaram sobre a visão de suas instituições em relação às criptomoedas. Febraban e Bacen não as reconhecem. Ao invés disso, tratam-nas como ativos. “A criptomoeda não é uma moeda, mas um ativo criptográfico, mesmo porque não tem supervisão de uma autoridade monetária”, analisou Vilain.

Sobre a questão da competição entre bancos e fintechs de crédito, os executivos também concordaram que um não tomará o lugar do outro. “As fintechs não vão tomar o lugar de outras instituições financeiras. Elas serão parceiras”, disse Guimarães. “As fintechs procuraram um nicho de mercado que estava desguarnecido”, afirmou, lembrando que essas instiuições mais jovens projetam uma carteira de crédito de aproximadamente R$ 1 bilhâo, o que representaria modestos 0,03% da carteira de crédito do sistema financeiro nacional como um todo.

“Claramente percebemos que não há concorrência. As fintechs chegaram para atender o nicho de pessoas que precisavam procurar outras fontes de crédito, inclusive inadequadas, como a agiotagem”, concluiu o chefe do Denor. Em entrevista à CDTV, Guimarães falou sobre esses e outros temas relacionados ao jovem mercado das fintechs.