UN Photo/Manuel Elias | Conselho de Segurança se reúne sobre ameaças à paz e segurança internacionais causadas por atos terroristas Subsecretário-geral da ONU para Contraterrorismo, Vladimir Voronkov, apresentou recomendações ao Conselho de Segurança para conter avanço de terroristas; citou aumento da atividade em meios digitais e acredita que sobreviventes devem integrar construção de estratégias. O Conselho de Segurança analisou, nesta quinta-feira, ações para combater as ameaças a paz e segurança internacionais causada pelo terrorismo. O subsecretário-geral da ONU para Contraterrorismo, Vladimir Voronkov, afirmou que apesar das perdas de liderança pela Al-Qaida e Da’esh, ou Estado Islâmico do Iraque e do Levante, o terrorismo se tornou mais prevalente e disseminado pelo mundo, afetando a vida de milhões de pessoas. Unsplash/Levi Meir Clancy | Crianças iraquianas passam por um mercado em Sinjar, que foi arruinado na guerra com a rede terrorista Da’esh. África e Afeganistão Segundo Voronkov, os grupos terroristas e seus afiliados se aproveitam da instabilidade, fragilidade e conflitos. Ele citou os casos do Oeste da África e da região do Sahel, em profunda crise, que tiveram aumento de operações terroristas. Voronkov destacou a situação do centro e sul da África bem como do Afeganistão. Para o subsecretário-geral, a presença de grupos terroristas continua a representar sérias ameaças para a região afegã e outras partes, “já que alguns grupos mantêm ambições de realizar operações externas”. Voronkov acrescentou que é preocupante que as autoridades afegãs de facto não tenham rompido laços com grupos terroristas, abrigados no país, apesar das exigências do Conselho de Segurança. Uso de tecnologia Ele falou do uso de inovação tecnológica na promoção do terrorismo com videogames online e outras plataformas para aliciar e recrutar membros, fazer propaganda, e até mesmo ensaiar atos terroristas. Voronkov elogiou a adoção da Declaração de Délhi, em outubro, que pretende priorizar a resposta ao uso indevido de tecnologias novas e emergentes por terroristas. O subsecretário-geral também está preocupado com o aumento de ataques terroristas baseados em xenofobia, racismo e outras formas de intolerância em nome de religião ou crença. Para ele, embora não seja algo novo, alguns Estados-membros consideram que esta é a ameaça de mais rápido crescimento ou mesmo a mais proeminente ameaça à segurança interna que enfrentam. Prevenção e engajamento Vladimir Voronkov apresentou três recomendações para lidar com o terrorismo: a implementação de ações preventivas combatendo “motores da marginalização, exclusão, desigualdade, injustiça e falta de oportunidades”. A necessidade de se abordar as condições que impulsionam o terrorismo e que requerem respostas multifacetadas e integradas, baseadas na comunidade, sensíveis a conflitos e gênero. E o envolvimento de todas as partes interessadas na construção de estratégias, desde organizações da sociedade civil, líderes religiosos, grupos de jovens e mulheres e o setor privado, até vítimas e sobreviventes de atos terroristas. Direitos Humanos Vladimir Voronkov afirmou que os direitos humanos devem estar no coração das respostas eficazes contra o terrorismo. Para ele, é uma obrigação moral defender o Estado de direito e respeitar o direito internacional. Por fim, o subsecretário acredita que acordos regionais devem ser aproveitados para combater o terrorismo. Segundo ele, como a ameaça representada pelo terrorismo é transnacional, as respostas também devem ser. Fonte: ONU News