Osetor das corretoras de câmbio caminha para uma autorregulação do mercado. Empresas do segmento estiveram envolvidas em escândalos, alguns deles revelados pela Operação Lava Jato. O novo código de condutas da Abracam (Associação Brasileira das Corretoras de Câmbio) foi escrito para que as normas e políticas que as companhias devem seguir fiquem mais claras. A relação das casas com os correspondentes cambiais terá um monitoramento mais próximo e a associação criará um conselho de ética. Para que haja um controle maior dos clientes, a Abracam fará um cadastro único e editará recomendações de relações com consumidores. Às casas que firmam contratos de exportação se pedirá que se certifiquem que a venda foi concretizada. As empresas que não aderirem às práticas não serão expulsas. “Não haverá pena [para quem não seguir], mas essas empresas serão expostas”, diz Kelly Massaro, diretora de relações institucionais da Abracam. A lei que rege setores sensíveis à lavagem de dinheiro, caso das corretoras de câmbio, é de 1998, diz o advogado Pierpaolo Bottini. Essas corretoras precisam ter informações sobre os clientes e avisar o Coaf se houver uma transação incomum. “Há zonas cinzentas, como a definição de uma operação suspeita, e por isso tem muito espaço para autorregulação. Quanto mais conceitos os profissionais definirem, mais proteções existirão.” A iniciativa é elogiada pelo procurador regional da República Vladimir Aras, mas com uma condição: se for séria. “É importante que o sistema se preocupe com integridade, especialmente esse elo, que é vulnerável.”