29/09/2025

Integridade e Transparência no Mercado de Capitais: ESG como pilar para  Investimentos Sustentáveis

29/09/2025

A governança corporativa e os controles internos são alicerces estratégicos para a construção de  um mercado de capitais íntegro, transparente e alinhado aos princípios ESG. 

Introdução 

A crescente demanda por investimentos sustentáveis tem impulsionado uma transformação  profunda no mercado de capitais global. Nesse contexto, os princípios de ESG (Ambiental,  Social e Governança) deixaram de ser meros diferenciais reputacionais para se tornarem  critérios essenciais na avaliação de riscos e oportunidades. A integridade e a transparência,  pilares da governança corporativa, são fundamentais para garantir a confiança dos  investidores e a solidez das instituições financeiras. Este artigo explora como os controles  internos, estruturados sob uma abordagem baseada em risco (“ABR”), contribuem para a  efetividade das práticas ESG e para a construção de um ambiente de negócios ético e resiliente. 

Desenvolvimento 

A implementação de controles internos eficazes é mais do que uma exigência regulatória: trata-se de uma estratégia essencial para fortalecer a cultura de integridade nas instituições  financeiras. A Resolução CVM nº 35/2021 estabelece que os controles devem ser formalizados,  verificáveis e acessíveis aos órgãos reguladores e aos profissionais envolvidos na  intermediação de operações.

Desde 2012, com a adoção da ABR, os  próprios participantes do mercado  passaram a ser responsáveis pelo  desenho de seus controles. Essa  autonomia exige maturidade  institucional, investimento contínuo  em pessoas, processos e tecnologia,  além do envolvimento direto da alta  administração. A governança eficaz  depende da integração entre  avaliação de riscos, políticas internas  e atividades de controle.

O modelo COSO, amplamente utilizado, estrutura os controles internos em cinco componentes:  ambiente de controle, avaliação de riscos, atividades de controle, informação e comunicação, e  monitoramento. Esses elementos formam um sistema coeso que garante eficiência  operacional, precisão nos relatórios e conformidade com normas e políticas. 

Controles internos eficazes devem ser preventivos, detectivos e corretivos. Os preventivos  evitam falhas antes que ocorram; os detectivos identificam desvios após sua ocorrência; e os  corretivos tratam as causas e evitam reincidências. A segregação de funções, a rastreabilidade  de decisões e a comunicação clara são práticas fundamentais para garantir a confiabilidade do  sistema. 

No contexto ESG, controles internos são indispensáveis para assegurar a responsabilidade  socioambiental das instituições. A política ESG deve estar integrada aos processos de  monitoramento de operações, certificação de profissionais, gestão de riscos e segurança da  informação. A transparência na divulgação de informações e o tratamento equitativo dos  clientes reforçam a confiança do mercado e a credibilidade institucional. 

Adicionalmente, os controles internos contribuem para a sustentabilidade do negócio,  permitindo que as instituições antecipem riscos, respondam com agilidade a mudanças  regulatórias e demonstrem compromisso com práticas éticas e responsáveis perante  investidores e sociedade. 

Cientes do papel da BSM na promoção da integridade do mercado, temos canalizado esforços  para as ações de educação, estando próximos aos intermediários e oferecendo diretrizes claras  por meio de conteúdos que apoiem profissionais e instituições no cumprimento dos deveres  regulatórios. Exemplo é a Trilha de Conhecimento BSM sobre Controles Internos, recém 

publicada. 

Conclusão 

A integridade e a transparência no mercado de capitais não são apenas exigências normativas,  mas compromissos estratégicos que sustentam a credibilidade das instituições e a confiança  dos investidores, alicerces para o bom funcionamento do mercado. Os controles internos,  quando bem desenhados e executados, funcionam como instrumentos de gestão que  evidenciam fortalezas, corrigem fragilidades e orientam decisões alinhadas aos princípios ESG. 

Para avançar nessa jornada, é essencial que as instituições adotem uma postura proativa,  revisem continuamente seus processos e fortaleçam a cultura de controle. A alta administração  deve liderar esse movimento, garantindo recursos, capacitação e engajamento. Convidamos os  profissionais do setor a refletirem sobre suas práticas e a promoverem ações concretas que  consolidem um mercado mais ético, transparente e sustentável.

Referências 

BSM Supervisão de Mercados. (2025). Trilha de Conhecimento – Controles Internos.  www.bsmsupervisao.com.br/formacao-bsm. 

CVM. (2021). Resolução nº 35. 

COSO. (2013). Internal Control – Integrated Framework. 

Bio do Autor 

Demarco, André E. (2025). Diretor de Autorregulação na BSM, atua na  supervisão e fiscalização dos Participantes dos mercados organizados  administrados pela B3.