Existe um termo que ganha cada vez mais corpo e importância dentro das empresas e até mesmo na mídia: compliance. Mas qual é a sua importância? Em suma, o compliance é uma maneira de fazer uma prevenção e gestão dos riscos legais por meio de um controle feito para regular e garantir que as regulamentações sejam respeitadas. A palavra inglesa deriva do verbo ‘comply’ – que literalmente significa cumprir e denomina um conjunto de regras criadas para a solução e prevenção de problemas de ordem legal, como assegurar que todos os players sigam as leis, resoluções e regulações do nicho em que estão inseridos. Outro termo que ganhou espaço nos últimos anos é a ‘governança corporativa’. O conceito de governança corporativa engloba uma série de fatores que discorrem sobre como uma empresa, pública ou privada, é gerida e como isso afeta a relação entre todos os membros que a compõem – dos C level e investidores até os funcionários e médios gestores. Passando, inevitavelmente, por uma área robusta de compliance.Compliance e governança corporativa Uma boa gestão de compliance nas organizações requer esforço árduo e constante verificação para que todos os membros internos realmente adotem essas políticas e para que isso não seja apenas um conjunto de regras aleatórias mas, sim, um rol de práticas que permeiam o cotidiano de qualquer modelo de negócio e que direcionam seu planejamento e ações. Gestão de risco: segurança para todos os stakeholders Um dos braços mais relevantes do gerenciamento de compliance é a gestão do risco. Isso significa que ao aderir às regras e regulações governamentais e da indústria em que uma organização está inserida (sejam essas bancos, produtos alimentícios ou mesmo órgãos públicos), essas empresas também passam a se comprometer com o balanço de riscos potenciais e, consequentemente, tornam-se mais seguras para investidores e parceiros comerciais. Por que é importante adotar uma política de compliance? O compliance regulatório é, certamente, uma das maneiras mais inteligentes de evitar incidentes e problemas legais, além de padronizar normas que farão com que a reputação de uma empresa seja mais alta. Portanto, é preciso contar com um time de especialistas que estejam por dentro do que acontece em termos de regulação, como leis, medidas provisórias e resoluções de agências reguladoras. Cumprir essas regras também pode evitar aquilo que é o terror de muitas empresas: o litígio. Compliance interno Mas existe um complemento a isso, que é o compliance interno, a adoção de regras e medidas que garantem uma postura ética por parte de todos os componentes de uma organização. Essa padronização ajuda a criar uma cultura de boas práticas que inexoravelmente são refletidas no mercado externo. Muitos avanços ocorreram na adoção do compliance por empresas brasileiras, mas é preciso lembrar que o assunto ainda é novidade. Um exemplo disso é a Lei Anticorrupção, que passou a valer em 2014, apenas cinco anos atrás. Brasil ainda é novo na área Segundo a pesquisa Maturidade do Compliance no Brasil, realizada e publicada em 2018 pela KPMG, apesar de o número de empresas interessadas e em processo de adoção das boas práticas de compliance, isso ainda é bastante recente. Dentre as empresas que haviam implementado essas políticas entre um a três anos atrás, estavam 32% em 2015, 50% em 2016 e 54% em 2017. As empresas que já praticavam o compliance de três a cinco anos eram 13% em 2015, 17% em 2016 e 15% em 2017. Companhias que já adotavam essas regras há mais de cinco anos eram 36%, 27% e 22%, respectivamente em 2015, 2016 e 2017. E as empresas em que não havia qualquer área de compliance ou correlata eram 16%, 6% e 9% do total dos pesquisados nos mesmos anos. É necessário que os diferentes níveis de colaboradores estejam engajados para que a área de compliance realmente funcione, mas os líderes precisam reforçar a importância de práticas éticas e dentro das leis na estrutura governamental de uma empresa, talvez até mesmo por meio de comitês auxiliares à área. Compliance de sucesso Ainda há um longo caminho pela frente para o Brasil tornar-se referência no assunto, mas os dados do mercado e da regulação apontam que estamos andando a passos largos para que isso aconteça de maneira bastante satisfatória e eficiente.